Livro Confronto de Fundamentalismos

"A complacência do mundo foi seriamente abalada pelos acontecimentos de 11 de setembro. O que aconteceu - um atentado cuidadosamente planejado contra os símbolos do poder militar e econômico dos Estados Unidos - foi uma quebra na segurança do continente norte-americano, nem temido ou imaginado pelos que projetam os jogos de guerra para o Pentágono.

O choque psicológico não teve precedentes. Os súditos do império tinham contra-atacado." Tariq Ali Mais do que mudar a maneira de o ocidente enxergar o oriente, os atentados de 11 de setembro mudaram a dinâmica das organizações terroristas.

Em Confronto De Fundamentalismos, um relato que mistura história e política, o paquistanês Tariq Ali analisa as conseqüências dos ataques a Nova York e ao Pentágono. Disserta sobre o choque entre o islamismo e o imperialismo norte-americano e lista as representações do fato histórico que definiu o início do século XXI.

Tariq acompanha os antecedentes dos ataques, enquanto questiona a cultura conformista do nosso tempo, mostrando-nos como a "guerra contra o terror" é um choque de fundamentalismos: o religioso versus o imperial.

Confronto De Fundamentalismos busca mostrar que uma nação colhe o que planta. Assim, por conta de sua riqueza e poder - sem contar as discrepâncias da atual política externa americana, que isola cada vez mais os países islâmicos em prol de questões israelenses, na opinião do autor -, os Estados Unidos sempre serão alvo de retaliações.

Tariq Ali disseca as conseqüências do choque entre ocidente e oriente e suas respectivas características: o uso do poder militar desproporcional de um lado e um fanatismo cuidadosamente arraigado por seu oposto.

E mostra, principalmente, como o dia 11 de setembro criou um novo padrão: agora os líderes de organizações terroristas vislumbram a possibilidade de ações cada vez mais ousadas, golpes mais ambiciosos.

Em Confronto De Fundamentalismos, Tariq Ali explora, ainda, as raízes do Islã, seus mitos de fundação, suas origens, sua história, sua cultura, sua riqueza, suas diferenças. Dividido em quatro partes - Mulás E Hereges, Cem Anos De Servidão, Os Ermos Nucleares Do Sul Da Ásia e Um Choque De Fundamentalismos, que trata do imperialismo americano -, o livro traz um apêndice sobre a guerra entre israelenses e árabes.

Mais: explica por que tantas pessoas em partes não islâmicas do mundo não se comoveram com o que aconteceu nos EUA e porque tantos comemoraram. Aqui mesmo, no Brasil, Tariq cita uma casa de espetáculos em Porto Alegre, cheia de jovens que irromperam em fúria quando um músico negro, vindo de Nova York, insistiu em iniciar seu repertório com God bless America e foi saudado com berros de Osama!

Osama! "As tragédias são sempre discutidas como se acontecessem em um vácuo," argumenta Tariq, "mas na verdade cada tragédia é condicionada por seu cenário, local e global." Confronto De Fundamentalismos analisa esse cenário, essa história.

Observa os fatos que precederam aqueles acontecimentos. Explica um mundo que é tratado quase como assunto proibido em uma cultura cada vez mais provinciana, que celebra as virtudes da ignorância, promove o culto à estupidez e exalta o presente como um processo sem alternativa.