O surrealismo permanece vivo. Ele é imortal, se o entendermos como sendo a manifestação em nosso tempo do próprio espírito da poesia. É isso que os ensaios de Michael Löwy, reunidos sob o título A Estrela Da Manhã, comprovam.
Trata-se de uma resposta apaixonada aos críticos que não só apressadamente atestaram a morte do surrealismo, estabelecendo o ano de 1969 como a data de seu final, como àqueles que jamais conseguiram enxergar as relações intrínsecas do movimento com o marxismo e o romantismo revolucionário.
Especialista em romantismo (compreendido aqui no sentido de protesto contra a modernidade capitalista), marxista e surrealista militante, Löwy dedica-se nesse livro a uma série de análises sobre diferentes personalidades e reflexões que se situaram na encruzilhada dessas inspirações.
Esses estudos restabelecem as “afinidades eletivas” entre o surrealismo dos fundadores do movimento, aquele de André Breton e Benjamin Péret, com o marxismo e o anarquismo, fontes divergentes (mas complementares aos olhos dos marxistas libertários) de contestação à ordem burguesa estabelecida.
O grande mérito do autor é determinar as particularidades da dimensão política do surrealismo, que jamais renunciou a “unir em uma mesma aliança a revolta e a revolução, o comunismo e a liberdade, a utopia e a dialética, a ação e o sonho”.
Ele consegue ultrapassar, assim, a velha dualidade ressentida entre os movimentos estéticos e políticos. Michael Löwy também retorna ao romantismo revolucionário de Walter Benjamin e de Guy Debord, assinalando suas ligações com o surrealismo e o marxismo libertário.
Para o autor, foi a partir dos trabalhos desses pensadores que o romantismo deixou de ser visto como uma corrente da cultura do século XIX e passou a ser entendido como uma estrutura mental inerente à própria modernidade – surgida com a Revolução Industrial e que perdura até hoje – e que por essência é anticapitalista.
Demonstrando o inegável parentesco dos românticos revolucionários com os movimentos culturais de vanguarda – o surrealismo visto como uma “cauda do cometa” romântico – Löwy retoma o radicalismo subversivo dos surrealistas para agitar o “estado de insubmissão, de negativismo, de revolta que tira sua força positiva erótica e poética das profundezas cristalinas do inconsciente, dos abismos do desejo, do poço mágico do princípio do prazer, das músicas incandescentes da imaginação”.
A Estrela Da Manhã é ricamente ilustrado com obras recentes de artistas amigos de Michael Löwy pertencentes ao Grupo de Paris do movimento surrealista e de diversos países do mundo, o que reafirma a continuidade desta estética.
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Autor(es) | |
Editora | Civilização Brasileira |
Idioma | Português |
ISBN | 852000573X 9788520005736 |
Formato | Capa comum |
Páginas | 144 |
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