Só a literatura podia desnudar o jogo da transgressão da lei – sem a qual a lei não teria fim – independentemente de uma ordem a criar. A literatura não pode assumir a tarefa de organizar a necessidade coletiva.
Não cabe a ela concluir: “aquilo que eu disse nos obriga ao respeito fundamental pelas leis da cidade”; ou, como faz o cristianismo: “aquilo que eu disse (a tragédia do Evangelho) nos coloca na via do Bem” (ou seja, na prática, da razão).
A literatura é mesmo, como a transgressão da lei moral, um perigo. Sendo inorgânica, ela é irresponsável. Nada repousa sobre ela. Ela pode dizer tudo.
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Autor(es) | |
Editora | Autêntica |
Idioma | Português |
ISBN | 8582177933 9788582177938 |
Formato | Capa comum |
Páginas | 200 |
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