Livro O Idiota da Família. Gustave Flaubert de 1821 a 1857 - Volume 3. Formato Convencional

Um estudo monumental, por um dos maiores intelectuais do século XX. “O homem nunca é um indivíduo; seria melhor chamá-lo de universal singular”, diz Sartre no prefácio desta obra. Porque o homem é um ser situado, universalizado por sua época, mas que nela se reproduz como individualidade.

É preciso estudá-lo por essas duas facetas, pois é sempre redutora a opção por um ponto de vista único: a simples universalização faria dele nada mais que a soma de generalidades abstratas, enquanto a singularização restringiria sua vida a uma sequência de episódios particulares.

É preciso ir de um ponto de vista ao outro, incessantemente. É preciso saber tudo o que é possível saber. Trata-se de um procedimento dialético que Sartre emprega com maestria em O idiota da família, oferecido agora ao público brasileiro pela L&PM Editores, que mais uma vez preenche uma grande lacuna.

Seduzido pela obra de Flaubert (que ele considerava o seu oposto), Sartre faz dele o alvo e o pretexto de um estudo monumental. Suas fontes são abundantes (mais de uma dezena de volumes de cartas, testemunhos incontáveis dos irmãos Goncourt, de George Sand e as próprias obras de juventude de Flaubert), às quais se soma uma verve­ exuberante, grande fluência de escrita e uma paixão inesgotável, que lhe consumiu quinze anos de trabalho.

Mas por onde começar? Para Sartre, essa preocupação é desnecessária: “podemos entrar em um morto da maneira que quisermos. O essen­cial é partir de um problema. (...) Flaubert nos remete à sua proto-história.

O que se precisa tentar conhecer é a origem dessa chaga ‘sempre escondida’ e que, de todo modo, tem origem em sua primeira infância. Este não será, acredito, um mau começo”.

Partindo dessa reflexão, o primeiro volume trata da constituição de Flaubert a partir de seu meio familiar. Mãe fria e pai autoritário são os ingredientes determinantes da passividade pessimista do adolescente, para quem a realidade é essencialmente má.

No segundo volume, a neurose de Flaubert ganha contornos mais nítidos. Ocorre a personalização, que é a vivência concreta do condicionamento infantil, com a resultante “opção pelo irreal”. No terceiro volume apresenta-se a hipótese de que a neurose subjetiva de Flaubert seria a particularização de uma neurose coletiva, compartilhada pela elite culta da burguesia do Segundo Império francês.

O resultado é um estudo originalíssimo. Surgindo num momento em que reinavam debates teó­ricos de extrema abstração, O idiota da família surtiu efeito devastador, com sua ambição desmedida e ao mesmo tempo artesanal de pôr à prova todos os conhecimentos disponíveis no estudo de um caso concreto e de fundar uma antropologia dialética e totalizadora, em que se mesclam existencialismo, marxismo e psicanálise.

É uma obra solitária, ápice e conclusão de uma vida. Interrompido abruptamente pela cegueira de seu autor, O idiota da família é um marco, por ter unido magistralmente literatura e filosofia sob a pena de um dos maiores intelectuais do século XX.

Ficha Técnica do Livro

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Autor(es)
EditoraL&PM
IdiomaPortuguês
ISBN8525431303 9788525431301
FormatoCapa comum
Páginas832
Livro físico na

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