Livro Todo Seu

"Gideon Cross. A coisa mais fácil que já fiz foi me apaixonar por ele. Aconteceu instantaneamente, de forma completa e irrevogável. Casar com ele foi um sonho realizado. Continuar casada com ele é a maior batalha da minha vida.

O amor transforma, e o nosso é um refúgio e também a pior tempestade.

Duas almas danificadas que se entrelaçaram. Nossos votos foram apenas o começo. Lutar por esse casamento pode nos libertar...

ou nos separar de vez. Sedutor e comovente, Todo Seu é a última parte da saga Crossfire, uma história de amor que cativou milhões de leitores ao redor do mundo.

"

Finalmente anunciado a capa brasileira e data de lançamento do 5º e último livro da Série Crossfire de Sylvia Day que será lançado simultaneamente no Brasil no dia 05 de Abril de 2016 e tem como titulo traduzido, Todo Seu.

ABAIXO TEMOS JÁ TRADUZIDO A SINOPSE DO LIVRO E AS 5 PARTES DO 1º CAPÍTULO DO LIVRO TAMBÉM TRADUZIDOS.

Sinopse: O livro final de Crossfire o quinteto que é sucesso mundial.

Gideon Cross.

Me apaixonar por ele foi a coisa mais fácil que eu já fiz. Aconteceu instantaneamente. Completamente. Irrevogavelmente.

Me casar com ele foi um sonho se tornado realidade. Ficar casada com ele é a luta da minha vida.

O amor transforma. O nosso é tanto um refugio contra a tempestade quanto a mais violenta das tempestades. Duas almas danificadas entrelaçados em uma só.

Temos descoberto os mais profundos, e mais feios segredos um do outro.

E Gideon é o espelho que reflete todos os meus defeitos e… toda a beleza que eu não podia ver. Ele me deu tudo. Agora, eu preciso provar que eu posso ser sua rocha de segurança, o abrigo que ele é para mim.

Juntos, poderemos lutar contra aqueles que trabalham de forma brutal para ficar entre nós.

Mas a nossa maior batalha pode estar dentro dos próprios votos que nos dão força. Comprometer-se com o nosso amor era o começo.

Lutar por isso, é o que irá nos libertar ou separar.

Dolorosamente e sedutoramente pungente, Todo Seu é o eletrizante e aguardado final da Série Crossfire, uma história de amor ardente, que cativou milhões de leitores em todo o mundo.

Sinopse traduzida por Inspiration Box/ Série Crossfire Brasil

Primeira Parte do Primeiro Capítulo de Todo Seu

Postado em 17 e Novembro de 2015

EVA

Nova York era a cidade que nunca dormia; nem sentia sono.

Meu apartamento no Upper West Side tinha o proteção antirruído, como era de se esperar em uma propriedade de milhões de dólares, mas ainda assim, os sons da cidade entravam – o correr rítmico dos pneus nas rua desgastadas, os protestos dos freios e o buzinar sem fim dos táxis.

Quando saí do café da esquina da Broadway sempre cheia, a movimentação da cidade tomou conta de mim.

Como eu tinha conseguido viver até aquele momento sem a cacofonia de Manhattan?

Como eu tinha conseguido viver sem ele?

Gideon Cross.

Segurei seu rosto com as mãos, senti quando ele se acomodou em meu toque.

Essa demonstração de vulnerabilidade e de afeto me tocou. Horas antes, eu tinha pensado que ele nunca mudaria, que eu teria que me dedicar demais para dividir a vida com ele.

Mas naquele momento, eu estava diante da coragem dele e duvidando da minha.

Será que eu tinha exigido mais dele do que de mim mesma? Eu me senti envergonhada diante da possibilidade de tê-lo motivado a progredir enquanto eu havia permanecido a mesma, obstinada.

Ele estava de frente para mim, alto e forte.

De calça jeans e camiseta, com um boné cobrindo os olhos, não era possível reconhecê-lo como o magnata que o mundo acreditava conhecer, mas ainda assim, afetava a todos por quem passava.

Pelo canto do olho, percebi diversas pessoas ao nosso redor olhando mais de uma vez para ele.

A força do corpo musculoso e esguio de Gideon era inconfundível, não importava se estivesse vestido de modo casual ou com um terno e colete feitos sob medida, combinação que lhe caía muito bem.

O modo com que caminhava, a autoridade que exercia com controle impecável, fazia com que fosse impossível que ele ficasse em segundo plano.

Nova York engolia tudo que entrava nela, mas Gideon tinha o controle da cidade.

E ele era meu.

Mesmo com minha aliança no dedo dele, eu ainda sentia dificuldade para acreditar nisso, às vezes.

Ele nunca seria um homem qualquer. Ferocidade com elegância, perfeição com toques falhos. Ele é o nexo do meu mundo, o nexo do mundo.

Mas, apesar disso, ele havia acabado de provar que se submeteria e iria ao limite para estar comigo.

O que me dava uma determinação renovada de provar que eu valia a dor que o forcei a enfrentar.

Ao nosso redor, o comércio pela Broadway estava sendo reaberto. O fluxo do tráfego na rua começou a aumentar, carros pretos e táxis amarelos corriam a toda pela superfície desnivelada.

Moradores tomavam as calçadas, levando os cachorros para passear e seguindo em direção ao Central Park para uma corrida matutina, aproveitando o máximo que podiam do tempo antes de começarem o dia de trabalho com afinco.

O Mercedes parou no meio-fio assim que nos aproximamos, com Raúl, um homem grande, ao volante.

Agnus parou o Bentley logo atrás. Meu carro e o de Gideon, seguindo para casas separadas. Como isso podia ser um casamento?

Mas na verdade, era o nosso casamento, apesar de nenhum de nós desejá-lo dessa maneira.

Tive que estabelecer um limite quando Gideon contratou meu chefe na agência de publicidade para a qual eu trabalhava.

Compreendo o desejo de meu marido de me ver na Cross Industries, mas tentar me forçar agindo pelas minhas costas…?

Eu não podia deixar, não com um homem como Gideon. Ou estávamos juntos ― tomando decisões juntos ― ou estávamos muito afastados para fazer o relacionamento dar certo.

Jogando a cabeça para trás, olhei para o rosto lindo dele.

Vi remorso ali, além de alívio. E amor. Muito amor.

Sua beleza era estonteante. Tinha os olhos azuis como o mar do Caribe, os cabelos eram fartos, pretos e brilhosos, uma juba que chegava ao pescoço.

Seu rosto tinha sido esculpido, com traços e ângulos feitos perfeitamente a ponto de surpreender e dificultar o raciocínio. Eu me senti enfeitiçada por sua aparência assim que o vi, e ainda percebo minhas sinapses fritando, às vezes.

Gideon me surpreendeu.

Mas era o homem por dentro, com sua energia e seu poder fortes, a inteligência e a coragem, aliados a um coração que sabia ser muito sensível…

“Obrigada.” Meus dedos percorreram os pelos escuros de suas sobrancelhas, formigando como sempre acontecia quando entravam em contato com sua pele.

“Por me chamar. Por me contar sobre seu sonho. Por me encontrar aqui.”

“Encontraria você em qualquer lugar.” As palavras eram uma promessa, ditas de modo fervoroso e intenso.

Todo mundo tinha demônios.

Os de Gideon ficavam enjaulados por sua força de vontade impetuosa quando ele estava acordado, mas quando dormia, era atormentado por eles em pesadelos violentos e terríveis. Tínhamos muito em comum, mas a agressão em nossa infância era um trauma compartilhado que nos unia e nos separava.

Fazia com que eu lutasse mais. Nossos agressores já tinham tirado muito de nós.

“Eva… Você é a única força capaz me manter afastado.”

“Obrigada por isso também”, murmurei, com o peito comprimido.

“Sei que não foi fácil para você me dar espaço, mas eu precisava. E sei que forcei você…”

“Forçou muito.”

Esbocei um sorriso diante de sua frieza ao dizer aquilo. Gideon não era um homem acostumado a não receber o que queria.

“Eu sei. E você permitiu, porque me ama.”

“É mais do que amor.” Ele segurou meus punhos, apertando de um modo que fazia com que tudo dentro de mim se entregasse.

Assenti, não mais temendo admitir que precisávamos um do outro de um modo que algumas pessoas considerariam doentio.

Éramos assim, tínhamos isso. E era precioso.

“Vamos ao dr. Petersen juntos.” Ele disse as palavras com a ordem inconfundível, mas ele olhou para mim como se tivesse feito uma pergunta.

“Você é muito mandão”, provoquei, querendo que ficasse um clima bom entre nós.

De esperança. Nossa sessão de terapia semanal com o dr. Petersen aconteceria em poucas horas, e não poderia ser mais adequada. Nós tínhamos dobrado uma esquina. Precisávamos de ajuda para entender quais seriam nossos próximos passos dali em diante.

Ele envolveu minha cintura com as mãos.

“Você adora.”

Segurei a barra de sua camisa, segurando o tecido macio.

“Eu adoro você.”

“Eva.” Seus braços me envolveram com força e intensidade, e senti sua respiração tensa em meu pescoço. Manhattan nos cercava, mas não nos podia penetrar.

Quando estávamos juntos, o resto deixava de existir.

Emiti um gemido de desejo, e todo o meu desejo por ele vinha à tona por tê-lo de novo grudado em mim. Respirei fundo e senti seu cheiro, e meus dedos massagearam os músculos rígidos de suas costas.

A adrenalina que me tomava era forte, eu era viciada nele ― coração, alma e corpo ― e já tinha passado dias sem minha dose, e estava trêmula e desconcertada, incapaz de pensar direito.

Ele me envolveu, seu corpo era muito maior e mais rígido do que o meu.

Eu me senti segura no abraço dele, valorizada e protegida. Nada podia me tocar nem ferir quando ele me abraçava. Queria que ele sentisse a mesma segurança comigo, precisava que ele soubesse que podia baixar a guarda, respirar fundo e que eu protegeria nós dois.

Eu tinha que ser mais forte.

Mais esperta. Mais intimidadora. Tínhamos inimigos, e Gideon lidava com eles sozinho. Era natural para ele ser protetor; era uma de suas características que eu admirava profundamente. Mas eu tinha que começar a mostrar para as pessoas que podia ser um adversário tão incrível quanto meu marido.

Mais importante, tinha que provar isso a Gideon.

Recostada nele, absorvi seu calor.

Seu amor.

“Nós nos vemos às cinco, campeão.”

“Nem um minuto a mais”, ele respondeu com intensidade.

Não consegui conter o riso, encantada com cada faceta sincera dele. “E se eu me atrasar?”

Afastando-se, ele lançou a mim um olhar de arrepiar.

“Vou te buscar.”

Segunda Parte do Primeiro Capítulo de Todo Seu

Postado em 26 e Novembro de 2015

Eva

Eu deveria ter entrado na cobertura de meu padrasto na ponta dos pés e prendendo a respiração, já que àquela hora – um pouco depois das seis da manhã –, eu poderia ser flagrada voltando.

Mas entrei determinada, com os pensamentos tomados pelas mudanças que precisava fazer.

Eu tinha tempo para tomar um banho – rápido –, mas decidi não fazer isso. Fazia muito tempo que Gideon não me tocava, muito tempo desde a última vez em que havia me segurado, me penetrado.

Eu não queria lavar de meu corpo a lembrança de seu toque. Só isso me daria a força para fazer o que tinha que ser feito.

Alguém acendeu a luminária de uma mesa de canto.

“Eva.”

Eu me sobressaltei.

“Jesus.”

Ao me virar, encontrei minha mãe sentada em uma das poltronas da sala de estar.

“Você quase me matou de susto!”, falei, levando a mão ao peito, com o coração aos pulos.

Ela se levantou, com o roupão de cetim comprido cor de marfim resvalando ao redor das pernas torneadas e levemente bronzeadas.

Eu era sua única filha, mas parecíamos irmãs. Monica Trammell Barker Mitchell Stanton tinha obsessão com a aparência. Com sua carreira de esposa estonteante, sua beleza e vivacidade eram seus bens mais preciosos.

“Antes que você comece”, eu disse, “sim, temos que conversar sobre o casamento.

Mas preciso me preparar e arrumar minhas coisas para poder ir para casa hoje à noite…”

“Você está tendo um caso?”

Sua pergunta curta e direta me chocou mais do que sua presença ali.

“O quê? Não!”

Ela soltou o ar, e a tensão saiu de seus ombros visivelmente.

“Minha nossa. Pode me dizer o que está acontecendo? Foi tão feia sua discussão com Gideon?”

Feia. Por um tempo, temi que ele colocaria um ponto final entre nós com as decisões que tomou.

“Estamos resolvendo as coisas, mãe.

Foi só um obstáculo de percurso.”

“Um obstáculo que fez com que você o evitasse por dias? Não é assim que você deve lidar com seus problemas, Eva.”

“É uma longa história…”

Ela cruzou os braços.

“Não estou com pressa.”

“Mas eu estou.

Preciso me aprontar para o trabalho.”

Vi a dor em seu rosto e senti remorso no mesmo instante.

Antigamente, eu queria ser como minha mãe quando crescesse. Passava horas vestindo as roupas dela, andando com seus saltos, passando seus cremes caros.

Tentava imitar sua voz sussurrada e seus gestos sensuais, certa de que minha mãe era a mulher mais linda e perfeita do mundo. E sua atitude com os homens, o modo com que eles olhavam para ela e a serviam… bem, eu também queria aquele toque mágico dela.

No fim, acabei me tornando igual a ela, com exceção do penteado e da cor dos olhos.

Mas isso era só por fora. Éramos duas mulheres extremamente diferentes por dentro e, infelizmente, passei a me orgulhar disso. Parei de pedir seus conselhos, exceto no que dizia respeito a roupas e decoração.

Isso mudaria.

Naquele momento.

Eu havia tentado muitas atitudes diferentes em meu relacionamento com Gideon, mas não tinha pedido ajuda da única pessoa próxima a mim que sabia como era ser casada com um homem influente e poderoso.

“Preciso de um conselho, mãe.”

Minhas palavras pairaram no ar, e eu as observei sendo assimiladas.

Os olhos de minha mãe se arregalaram, surpresos. Um momento depois, ela se sentou no sofá como se seus joelhos tivessem fraquejado. Seu choque foi um golpe forte, mostrando que eu a havia isolado totalmente.

Foi com dor no peito que me sentei no sofá na frente dela.

Eu havia aprendido a ser cuidadosa em relação ao que dividia com minha mãe, fazendo o melhor que podia para esconder informações que pudessem dar início a discussões que me enlouqueciam.

Nem sempre tinha sido assim.

Meu meio-irmão Nathan havia tirado de mim meu relacionamento caloroso e fácil com minha mãe, assim como havia tirado minha inocência. Quando minha mãe soube do abuso, ela mudou, tornando-se superprotetora a ponto de me perseguir e me sufocar.

Era sempre extremamente confiante em relação a tudo em sua vida, menos em relação a mim. Comigo, ela era ansiosa e intrometida, chegando à beira da histeria, às vezes. Ao longo dos anos, eu aprendi a desviar da verdade com muita frequência, escondendo segredos de todo mundo a quem eu amava só para manter a paz.

“Não sei ser o tipo de esposa de que Gideon precisa”, confessei.

Ela endireitou os ombros, adotando uma postura ousada.

“Ele está tendo um caso?”

“Não!” Dei risada sem querer. “Ninguém está tendo caso nenhum. Não faríamos isso um com o outro. Não poderíamos fazer. Pare de se preocupar com isso.”

Eu me perguntei se a recente infidelidade de minha mãe era a verdadeira raiz de sua preocupação.

Será que isso pesava em sua consciência? Ela questionava seu relacionamento com Stanton? Eu não sabia como me sentir em relação a isso. Amava muito meu pai, mas também acreditava que meu padrasto era perfeito para o que a minha mãe precisava em um marido.

“Eva…”

“Gideon e eu nos casamos em segredo algumas semanas atrás.”

Meu Deus, como era bom colocar isso para fora.

Ela olhou para mim sem entender.

Piscou uma, duas vezes. “O quê?”

“Não contei ao papai ainda”, continuei. “Mas vou ligar para ele hoje.”

Seus olhos ficaram marejados. “Por quê? Meu Deus, Eva… como foi que nos distanciamos tanto?”

“Não chore.” Eu me levantei e caminhei até ela, e me sentei ao seu lado.

Segurei suas mãos, mas ela me abraçou com força.

Senti seu cheiro familiar e senti a paz que só encontramos nos braços de uma mãe. Por alguns momentos, pelo menos. “Não foi planejado, mãe.

Nós passamos o fim de semana fora, e Gideon perguntou se eu aceitaria, e organizou tudo… Foi espontâneo. No calor do momento.”

Ela se afastou, revelando uma lágrima escorrida no rosto e a intensidade no olhar.

“Ele se casou com você sem um acordo pré-nupcial?”

Eu ri, não consegui me segurar.

Claro que minha mãe pensaria nos detalhes financeiros. O dinheiro já era, há muito tempo, o que lhe movia. “Existe um acordo pré-nupcial.”

“Eva Lauren! Você o conferiu? Ou também foi espontâneo?”

“Li cada palavra.”

“Você não é advogada!

Meu Deus, Eva… eu criei você para ser mais esperta!”

“Uma criança de seis anos seria capaz de entender os termos”, rebati, irritada com o problema real de meu casamento: Gideon e eu tínhamos pessoas demais se metendo em nossa relação, distraindo-nos a ponto de não termos tempo de cuidar das coisas que precisavam de atenção.

“Não se preocupe com o acordo pré-nupcial.”

“Você deveria ter pedido ao Richard para ler o acordo. Não entendo por que não fez isso. É tão irresponsável. Simplesmente não…”

“Eu vi, Monica.”

Nós duas nos viramos ao ouvir a voz de meu padrasto.

Stanton entrou na sala pronto para sair, muito elegante com um terno azul-marinho e uma gravata amarela. Imaginei que Gideon seria muito parecido com meu padrasto quando tivesse a idade dele: em forma, distinto, um belo macho alfa.

“Você viu?”, perguntei, surpresa.

“Cross o enviou a mim há algumas semanas.” Stanton se aproximou de minha mãe, segurando as mãos dela.

“Os termos não poderiam ser melhores.”

“Sempre podem ser melhores, Richard!’, disse minha mãe, de modo direto.

“Existem recompensas por datas especiais, como aniversários de casamento e o nascimento dos filhos, e nada de penalidades a Eva, exceto terapia de casal.

Uma separação resultaria numa distribuição muito razoável dos bens. Senti vontade de perguntar se os advogados de Gideon concordaram com o contrato. Imagino que devem ter sido muito contrários a ele.”

Ela parou por um momento, absorvendo as palavras.

Então, levantou-se, irritada.

“Mas você sabia que eles se casariam? Você sabia e não me contou nada?”

“Claro que eu não sabia.” Ele a abraçou, consolando-a como se ela fosse uma criança.

“Imaginei que ele estivesse se adiantando. Você sabe que essas coisas costumam demorar meses para serem negociadas. Mas, nesse caso, não havia nada mais que eu pediria.”

Fiquei de pé. Tinha que me apressar se quisesse chegar no trabalho na hora certa.

Hoje, mais do que em qualquer outro dia, eu não queria me atrasar.

“Aonde você vai?” Minha mãe se afastou de Stanton. “Não terminamos de conversar. Você não pode jogar uma bomba dessas e ir embora!”

Eu me virei para olhar para ela e andei de costas.

“Preciso mesmo me arrumar. Vamos almoçar juntas para podermos conversar mais?”

“Você não pode estar…”

Eu a interrompi.

“Corinne Giroux.”

Os olhos de minha mãe se arregalaram e se estreitaram em seguida. Um nome.

Eu não tinha que dizer mais nada.

A ex de Gideon era um problema que não precisava de nenhuma explicação.

Terceira Parte do Primeiro Capítulo de Todo Seu

Postado em 25 de Dezembro de 2015

EVA

Era raro pessoas que vinham para Manhattan que não se sentiram familiarizadas imediatamente.

O horizonte da cidade tinha sido imortalizado em filmes e programas de televisão demais para serem contados, espalhando o caso de amor com Nova York a todo o mundo.

Eu não era exceção.

Adorava a elegância da Art Deco do prédio Chrysler.

Conseguia determinar minha localização na ilha em relação à posição do Empire State Building. Fiquei maravilhada com a altura de tirar o fôlego da Freedom Tower que agora dominava o centro da cidade.

Mas o Crossfire Building tinha uma categoria própria. Era o que eu achava antes de me apaixonar pelo homem cuja visão havia levado a sua criação.

Quando Raúl estacionou no meio-fio, eu estava fascinada com o azul-safira do vidro que envolvia o obelisco do Crossfire.

Inclinei a cabeça para trás, subindo os olhos pela altura brilhante até o topo, o espaço iluminado que abrigava as Indústrias Cross. Os pedestres se reuniam ao meu redor, e a calçada estava apinhada de executivos indo para o trabalho com pastas e bolsas em uma mão e copos quentes de café na outra.

Senti Gideon antes de vê-lo, meu corpo todo em alerta quando ele saiu do Bentley, que havia estacionado atrás do Mercedes. A atmosfera ao meu redor era eletrizante, a energia forte que sempre anunciava a aproximação de uma tempestade.

Eu estava entre os poucos que sabiam que a alma atormentada de Gideon era o que causava a tensão.

Eu olhei para ele e sorri.

Não era coincidência termos chegado ao mesmo tempo. Eu soube disso antes de ver a confirmação em seus olhos.

Ele usava um terno preto com camisa branca e gravata prateada de tecido entrançado.

Os cabelos pretos desciam pelo rosto até a gola da camisa numa queda sensual das madeixas escuras. Ele ainda olhava para mim com a mesma intensidade sexual que havia me tomado no começo, mas havia delicadeza no azul brilhante de seus olhos e uma receptividade que era mais importante para mim do que qualquer outra coisa que ele pudesse me dar.

Dei um passo na direção dele quando ele se aproximou.

“Bom dia, Moreno Perigoso.”

Ele esboçou um sorriso.

Seus olhos ficaram ainda mais calorosos. “Bom dia, esposa.”

Peguei sua mão e me senti calma quando ele fez o mesmo gesto e segurou a minha com firmeza. “Contei a minha mãe hoje cedo… sobre nosso casamento.”

Ele arqueou uma sobrancelha escura, surpreso, e sorriu com prazer triunfante.

“Que bom.”

Rindo de sua possessividade descarada, eu bati de leve em seu ombro. Ele se movimentou muito depressa, me abraçou e beijou o canto de minha boca.

A alegria dele era contagiosa.

Eu a senti explodindo dentro de mim, iluminando todos os pontos que estavam muito escuros nos últimos dias. “Vou ligar para meu pai assim que conseguir. Para avisá-lo.”

Ele ficou sério.

“Por que agora e não antes?”

Falava baixo, com a voz contida para manter a privacidade.

As pessoas que seguiam em direção ao escritório continuavam passando, prestando pouca atenção em nós. Ainda assim, hesitei em responder, estava me sentindo muito exposta.

E então… a verdade veio mais fácil do que nunca.

Eu vinha escondendo muitas coisas das pessoas que eu amava. Coisas bobas, coisas importantes. Tentando manter o status quo esperando e precisando de mudança.

“Estava com medo”, falei para ele.

Ele se aproximou com o olhar intenso.

“E agora não está mais?”

“Não.”

“Vai me contar o porquê hoje à noite.”

Assenti.

“Vou contar.”

Ele envolveu minha nuca com a mão, uma pressão possessiva e suave ao mesmo tempo. Seu rosto estava sério, não deixava nada transparecer, mas os olhos… aqueles olhos azuis, bem azuis… estavam ardendo de emoção.

“Vamos passar por isso, anjo.”

O amor me tomou com calor, como o efeito de um belo vinho.

“Com facilidade.”

Quarta Parte do Primeiro Capítulo de Todo Seu

Postado em 01 de janeiro de 2016

EVA

Era estranho passar pelas portas da Walter, Field & Leaman, mentalmente contando os dias que eu seria capaz de dizer que trabalhava na prestigiosa agência de publicidade.

Megumi Kaba acenou de trás de sua mesa na recepção, tocando seu headset para me avisar que estava em uma ligação e que não poderia conversar. Acenei de volta e fui em direção à minha mesa com um caminhar determinado.

Eu tinha muito o que fazer, um novo início para dar partida.Mas algumas coisas são prioridade. Deixei minha bolsa e mochila na última gaveta, então sentei na minha cadeira e entrei no site da minha floricultura de sempre.

Eu sabia o que queria. Duas dúzias de flores brancas em um vaso de cristal vermelho escuro.Branco para pureza. Para amizade. Para amor eterno. Também era a bandeira de rendição.

Eu tinha desenhado linhas de batalha ao forçar uma separação entre Gideon e eu, e no final, eu tinha ganhado. Mas eu não queria entrar em uma guerra com meu marido.Eu nem queria tentar encontrar uma nota inteligente de paz para as flores, como eu tinha feito no passado.

Apenas escrevi a verdade. Ficou mais fácil com cada minuto que passava.

Você é milagroso, Sr. Cross.

Eu estimo e amo muito você.

Sra. Cross

O site rapidamente finalizou a minha compra. Cliquei em submeter e parei por um momento para imaginar o que Gideon pensaria do meu presente.

Um dia, eu esperava poder vê-lo receber flores de mim. Ele sorria quando seu secretário, Scott, as levava para ele? Ele parava qualquer reunião que estivesse comandando para ler meus recados?

Ou ele esperava até um dos raros momentos livres de sua agenda para fazer isso em privacidade?Minha boca sorriu enquanto eu considerava as possibilidades. Eu amava dar presentes ao Gideon.E logo eu teria mais tempo para escolhê-los.

Quinta Parte do Primeiro Capítulo de Todo Seu

Postado em 14 de fevereiro de 2016

EVA

— Você está se demitindo?

O olhar incrédulo de Mark Garrity levantou da minha carta de demissão para encontrar o meu.

Meu estômago doeu pela expressão no rosto do meu chefe.— Sim.

Sinto muito não dar muito tempo.

— Amanhã é o seu último dia? — Ele se reclinou em sua cadeira. Seus olhos eram de um tom quente de chocolate, algumas tonalidades mais clara que sua pele, e registravam tanto surpresa quanto desânimo.

— Por que, Eva?

Suspirando, me inclinei, descansando meus cotovelos nos joelhos. Ainda assim, decidi ir pela verdade.— Eu sei que não é profissional sair assim, mas… Eu tenho que rever minhas prioridades e neste momento… Não consigo dar ao trabalho minha total atenção, Mark.

Sinto muito.

— Eu… — Ele soltou o ar e correu a mão em seus cachos escuros. — Inferno… O que eu posso dizer?

— Que você me perdoa e não vai usar isso contra mim?

— Deixei escapar uma risada sem humor. — É pedir demais, eu sei.

Ele conseguiu dar um sorriso torto.— Eu detesto perder você, Eva, você sabe disso. Não tenho certeza se alguma vez eu realmente expressei o quanto você contribuiu.

Você me faz trabalhar melhor.

— Obrigada, Mark. Eu agradeço. — Deus, isso era mais difícil do que eu tinha imaginado, mesmo sabendo que era a melhor e única decisão que eu poderia tomar.

Meu olhar foi para além do meu belo chefe, para a vista atrás dele.

Como gerente de contas júnior, ele tinha um escritório pequeno e a vista era bloqueada pelo prédio do outro lado da rua, mas ainda assim era essencialmente Nova York como o enorme escritório de Gideon Cross no último andar.

De diversas maneiras, essa divisão de andares se parecia com a maneira que eu tentei definir meu relacionamento com Gideon.

Eu sabia quem ele era. Sabia o que ele era: um homem único. Eu amava isso nele e não queria que ele mudasse; eu queria apenas alcançar seu nível com meu próprio mérito.

O que eu não tinha considerado era que ao teimosamente recusar a aceitar que nosso casamento mudava o plano, eu o estava puxando para o meu nível.

Eu não seria conhecida por conseguir meu caminho para o topo da minha área.

Para algumas pessoas, eu sempre teria casado para o sucesso. E eu teria que viver com isso.

— Então, para onde você vai daqui? — Mark perguntou.

— Honestamente… Ainda estou tentando descobrir.

Apenas sei que não posso ficar.

Meu casamento não aguentaria tanta pressão antes de acabar, e eu tinha permitido que se infiltrasse e levasse a um perigoso limite, tentando conseguir alguma distância.

Tentando me colocar em primeiro lugar.

Gideon Cross era tão profundo e vasto quanto o oceano, e eu havia temido me afogar nele desde o primeiro momento em que o vi.

Eu não poderia mais ter medo disso. Não depois de perceber que eu temia mais perdê-lo.

Ao tentar ficar neutra, eu tinha sido jogada de um lado para o outro. E tão emputecida quanto estava por aquilo, eu não tive tempo para compreender que se eu quisesse controle, eu tinha que tomá-lo.

— Por causa da conta da LanCorp?

— Mark perguntou.

— Em parte. — Alisei minha saia lápis, mentalmente afastando o persistente ressentimento por Gideon contratar Mark. O catalisador havia sido LanCorp ter vindo para a Waters Field & Leaman com a solicitação específica por Mark—e depois por mim—uma manobra que Gideon via com suspeita.

O esquema Ponzi de Geoffrey Cross havia dizimado a fortuna da família Landon, e enquanto Ryan Landon e Gideon tinham reconstruído o que seus pais tinham perdido, Landon ainda estava faminto por vingança.

— Mas principalmente por razões pessoais.

Endireitando-se, ele coloca os cotovelos na mesa e se inclina para mim.— Isso não é da minha conta e não vou bisbilhotar, mas você sabe que o Steven, a Shawna, e eu estamos todos aqui para você, se precisar de nós.

Nos importamos com você.

Sua seriedade fez meus olhos arderem com lágrimas. O noivo dele, Steven Ellison, e a irmã de Steven, Shawna, tinham se tornado queridos para mim nos meses que eu estava em Nova York, parte da nova network de amigos que eu tinha construído na minha vida nova.

Não importando o quê, eu não queria perder minha conexão com pessoas que eu tinha aprendido amar.

— Eu sei. — Sorri apesar da tristeza. — Se eu precisar de vocês, ligarei, eu prometo.

Mas vai tudo sair bem. Para todos nós.

Mark relaxou e sorriu de volta.— Steven vai enlouquecer. Talvez eu devesse fazer você contar para ele.

Pensando no empreiteiro corpulento e bonito, mandou toda tristeza embora.

Steven me daria trabalho por me afastar do seu parceiro, mas ele faria isso de bom coração.— Aw, qual é. — Provoquei. — Você não faria isso comigo, faria? Isso aqui já é difícil o suficiente.

— Não sou contra em fazer ainda mais difícil.Eu ri.

Sim, eu iria sentir falta de Mark e do meu trabalho.

Muito.

Tradução dos trechos 1, 2 e 3 da Editora Paralela 4 e 5 pertencem ao blog – Compulsivamente Literária que autorizou a postagem.

Vídeo sobre o livro - Book Trailer

O vídeo abaixo conta um pouco sobre a história do livro Todo Seu. Espero que goste!

Ficha Técnica do Livro

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Autor(es)
EditoraParalela
IdiomaPortuguês
ISBN8584390170 9788584390175
FormatoCapa comum
Páginas256
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